O Ser que busca a humana...

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Eu não sou eu, nem sou você. Sou qualquer coisa de intermédio, pilar da ponte de tédio. Que vai de mim para o outro. Mário de Sá - Carneiro

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Tentei




Páginas rasgadas.

Letras reviradas.

Pensamentos, intenções.

Versos emudecidos, sem musicalidade.

Falta inspiração.

Parcas combinações.

Rimas fracas já não sentem calafrios.

Tenta escancarar sua hipérbole sentimental.

Mas anda tão paradoxal.

Corre na corda bamba da antítese.

Estas figuras não ajudam a triste aspirante.

Invenções para falar sobre o amor.

Suas rimas são pobres, gastas, falhas.

Despista a razão.

Enlouquece os argumentos.

Embriaga-se com vinho barato.

Ouve bolero.

Traga um velho poema de Byron.

Mas o verso enaltecido de amor não lhe vem.

Daqueles sofridos. Piegas. Impactantes.

Não há o vermelho vinho em seus escritos, nem a dor prazerosa em suas letras frasais.

Mas ela ama.

Um tal amado, de um jeito desengonçado.

Sem poemas canonizados.

Seu estilo apessoado é de amores humanizados.

Bem mais fácil ser realizado

domingo, 15 de setembro de 2013

Um mundo em pausa

Pause o mundo, sintam sua lentidão. Respirem contando cada molécula de oxigênio existente no ar e processem cada molécula de gás carbônico que sai das narinas. O viver em câmera lenta é tão mais real, mais colorido, mais vivo. Exija um mundo lento para que quando seus olhos forem se lubrificar não percam cada movimento da evolução à sua volta. Não queira relógio, segundos, minutos, horas. Apenas o tempo da compreensão profunda. Da doação da alma. Do encontro de si. Abusem das vírgulas pausativas. Ouçam o som das leituras penetrando e alcançando sua sapiência. O som fonético das letras se formando nas cordas vocais. Analisem o sol nascendo em todos os ângulos e sons. E quando ele se pôr, compreendam milimetricamente sua expansão no universo. Pisem no chão e sintam cada músculo trabalhando para realizar um passo. Vejam a gota da chuva causando um terremoto na areia fofa. Permitam que os ouvidos ouçam todos os sons, até aqueles imperceptíveis. Que os olhos possam enxergar até no escuro. Sinta todos os sabores. Apalpe todos os formatos. De repente a vida é uma viagem em câmera lenta.

Rápido, como uma paixonite

A primeira paixonite nunca se esquece. Amigos em comum, troca de e-mail, encontros em chats. Ligações. Longas conversas. Risadas. Confissões. Surgiram os flertes. Amizade se torna colorida. Ela saindo dos amores platônicos enfeitados em livros de romance água com açucar. Ele, menino, voz de locutor. Ela, encantada pelo seu jeito tímido. Ele, menino. Ela, se achando adulta. Ele investia, depois recuava. Ela, avançava. Bleending Heart. Forever. O Kiss  só na música. Ela o questiona. Ele a faz escutar mais uma vez às canções. Fica mudo. Ela enlouquece. Ele se despede. Ela segue outro caminho. Nunca mais se veem. Eles se gostaram um dia , como menino e menina podem se gostar. Na pureza da primeira paixonite.